Sabemos à partida que está certo, que é o melhor, que passa, que foge, que desaparece...
O que sabemos à partida não nos melhora a corrida, o passo é lento, as pernas bambas, aos tropeções tentamos que a meta chegue rápido, para que o que sabíamos à partida se confirme na chegada.
A chegada, imberbe e sem celebrações de maior, mostra-se arrogante, olha-nos de lado e com o lábio arreganhado percebemos-lhe a expressão " O que sabias à partida pode confirmar-se mas, isso não faz com que a chegada seja de alívio".
Sem que se avizinhe outra corrida que nos possa mostrar uma chegada mais satisfatória, deambulamos nas chegadas, no terminal e recordamos o que sabíamos à partida. Que está certo, que é o melhor, que passa, que foge, que desaparece... até chegar uma nova corrida onde imprimimos vivacidade aos membros, onde o sangue é bombeado com vontade, porque nesta corrida temos a certeza que não vai haver uma chegada...
E a chegada com o seu lábio arreganhado ri-se de desdém enquanto espera que mais uma corrida nos obrigue a dobrar a velocidade para a meta, no desejo que tudo se desvaneça de novo.
2 comentários:
E sim... a saudade é recíproca... :)
:) hum!
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