quinta-feira, 13 de março de 2014

Esconde-me.

Absorve o temor que se expande em mim, ácido que me corroí a mente, estilhaça as veias em que viaja, torna-se hemorrágico, cria um rio sangrento sem fim.
Apodera-te dos pesadelos que me visitam, pragas que me consomem o riso, epidemias contagiosas.
Retira-me este manto de obscuridade.
Não!
Não te deixes infectar pela doença que me está destinada, injecta-te de anticorpos, cheiros, sons e cores que não me interessem.
Besunta-te no bálsamo da vida, inspira a beleza da noite, toca no sol, alimenta-te de calor.
Deixa-me vaguear no limbo da incerteza, apenas eu preciso de me untar na viscosidade pegajosa do que me espera.
Não me abrigues em ti, não me deixes passear os dedos pela tua pele, não deixes que me fixe nos teus olhos, não me deixes respirar-te o ar, não me deixes ouvir-te a voz.
Pára de murmurar carinho aos meus ouvidos, pára de me puxar contra ti, pára de me cingir no teu aperto, pára de me tentar fazer entender o que é amar.

 

2 comentários:

Anónimo disse...

Não,não seguirei tuas palavras, quero que me infectes com o teu veneno.
Quero arder na tua chama,sentir que desfaleço ao atingir o Paraíso.
Quero que m'ames,que m'ames como só tu sabes.

Beijinho.
"Cordeiro"

Sufocada disse...

Querido Cordeiro!
:)

Beijinho