segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Um passo de cada vez...

Cambaleante, ela andava pela estrada parcamente iluminada por uma luz tosca e amarela, os seus pés dançavam ao ritmo de algo que só ela ouvia, e descreviam uma coreografia sem ensaio e desajeitada.
Nas mãos levava uma garrafa de Jack Daniel's, onde o pouco liquido que lhe restava, reluzia como se fosse ouro.
Com um esforço hercúleo para erguer o braço, levou de novo aquele néctar aos lábios e deu um gole. Seguiu-se uma careta, porque raios a lixassem mas aquilo não ganhava um sabor agradável à medida que ia bebendo.
Loucos, penso ela, daqueles que bebiam isto por puro prazer. Sentia a língua seca e quando tentava articular uma palavra esta era arrastada e sem sentido.
Louca, era o que os outros pensariam se a vissem neste estado à beira de uma estrada deserta.
A sua visão era turva, e para aumentar a decadência do momento, ela tropeçou nos próprios pés e caiu de rabo no chão.
Porra, isto dói! A dor reverberou pelas suas costas e sentindo que não se ia conseguir levantar de novo chegou os joelhos para si e enlaçou-os com os braços. Verteu o resto da bebida no chão ao seu lado e encaixou o queixo nos joelhos.
Ia ser uma longa noite, mas faria tudo para não sonhar, ou para não se lembrar caso o fizesse.


3 comentários:

Carla disse...

O que ela precisa é de chá quente e uma mantinha e aconchego. Bem, também um pouco (muito) de pouca-vergonha, faz parte. :)

E bacon, numa pizza e um chá (acho que já tinha dito).

Sufocada disse...

E um chá, e um pouco de pouca-vergonha "acompanhada".
E um chá :D

Carla disse...

Isso mesmo! ;)