quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Do que sinto realmente falta?

Podia dizer que era de olhar para ti, podia dizer que era do teu sorriso malandro, podia dizer que é do teu jeito de andar, do teu olhar ardente ou das tuas mãos experientes.
Podia, mas estaria a mentir.
Do que sinto realmente falta é da tua voz, essa que tão bem conheci.
De quando o riso te sufocava, de quando mostravas carinho, de quando o desejo te moldava o tom e este era cadenciado, trémulo, sensual...
A tua voz era-me segurança e através dela podia sentir que não eras ilusão.
Mesmo quando caíamos no silêncio, dizias-me tanto, fazias-me querer tanta coisa.
Dava por mim a pensar em mudanças, mudanças bruscas que teriam um enorme impacto na minha vida.

Depois soube.
Aquilo que outrora me parecia tão sincero e real, tão cheio de esperanças, era, na verdade, conversa com um único objectivo.
Objectivo esse que não me era exclusivo.
Consumiu-me a ideia de que não tinha importância, a realidade de que era sem significado encheu-me a visão, de raiva.
Odiei-me.

E no entanto, do que sinto realmente falta, é da tua voz.


8 comentários:

Estudante disse...

Que lindo texto :) pelos vistos, ele não o merecia, mas certamente, está por aí alguém que o vai merecer.

Anónimo disse...

hummmm.....

Sufocada disse...

Estudante, obrigada :)

nAn, hum hum :)

Anónimo disse...

As pessoas a quem mais queremos, são as que mais nos desiludem. :!

Sufocada disse...

É quando a desilusão significa mais, as outras não marcam tanto :)

Xs disse...

Se não valia a pena, foi melhor assim!
:)

Sufocada disse...

Com Certeza :)

O Outro disse...

quem e que nao merecia?