O pontinho vermelho...

O pontinho vermelho do que estava ser partilhado destacava-se no meio da escuridão, ia passando de pessoa para pessoa. Ele sentiu a areia nas mãos e enterrou-as mais um pouco, não pensava em nada enquanto esperava que chegasse a sua vez.
Assim que lhe pegou deu-lhe 4 beijos sôfregos sem respirar pelo meio, expirou e uma nuvem branca pairou sobre o grupo. Deu mais 3 e passou ao do lado. Á medida que os efeitos lhe inundavam o cérbero, foi-se sentido mais desinibido, mais aéreo. Inclinou a cabeça e contemplou os milhares de pontinhos brilhantes que iluminavam o céu dessa noite. Fixou o céu durante alguns minutos, quando sentiu que a cabeça lhe pesava e os olhos se queriam fechar involuntariamente.
Assim entrou no seu mundo de introspecção, esqueceu-se onde estava, deixou de ouvir as ondas rebentarem, e as folhas das árvores agitadas pelo vento. Só ali estava ele, sentia cada músculo relaxado, flectiu os dedos das mãos várias vezes ao tentar ultrapassar o formigueiro que sentia.
Começou a pensar: " O que é que ando a fazer da minha vida?". Assim ficou durante longos minutos.
Aos poucos o entropcimento foi-se desvanecendo, começou a sentir o vento a despentear-lhe a fronte, começou a ouvir os estrondos da rebentação das ondas mais a baixo e os risos do restante grupo, que ao contrário dele tinham estado a partilhar os efeitos causados pelo pontinho vermelho uns com os outros.
Uns riam do som da água, outros riam da maneira como se viam uns aos outros sob o tal efeito... " O que era aquilo?" pensou.
Levantou-se e sem dar explicações rumou em direcção á estrada, para longe do seu grupo e do efeito do pontinho vermelho!

Ouvi dizer, não sei de nada!

Ps. Este magnificiente texto é da minha autoria, já a imagem..não!