Quão libertador pode ser, quando sentimos o peito apertado apertadinho, quando sabemos que devemos falar, temos que ser nós os primeiros a falar sobre qualquer coisa que não correu bem, quando sabemos que fomos nós que errámos e depois do esforço de outrém temos de ser nós a tomar a iniciativa desta vez...E finalmente, existe A CONVERSA?
Há já algum tempo que sinto um temeroso distanciamento de uma pessoa terrivelmente importante para mim, e para minha pouca sanidade.
Escolhemos ambas deixar acontecer, e fingir que tudo estava bem.
Os cenários concentravam-se, maioritariamente, num café, com um grupo de amigos a rir e brincar, como se nada fosse. Bebiamos café, olhávamos uma para a outra como se estivessemos a quilómetros de distância. Cigarro atrás de cigarro, tentávamos nunca tocar no assunto fulcral, quando este era indirectamente mencionado olhávamos nervosamente em volta, como se não tivéssemos ouvido nada.
A amizade? Essa não era mais a mesma, já não assentava numa base de confiança e conversas directas. Já não havia o normal carinho tanto fisico como por olhar/expressão, de calorosas saudações passaramos a ser frias qual cubo de gelo.
Há dias, as coisas chegaram a um ponto sem retorno.
Ou falavamos seriamente e lutávamos para que tudo se restituisse, ou podia ser o fim de 11 anos de algo cheio de experiências felizes/tristes mas de grande, enorme valor sentimental e psicológico.
Andei frustrada e macambuzia com a situação, todos os dias me sentia uma pouco mais sombria e negra em relação há situação.
O stress puxou por mim e eu fácilmente me vi ser puxada para um remoinho de pensamentos maus, via os piores cenários possiveis e indirectamente isso implicou-se no resto da minha vida.
Sentia-me deslocada das aulas, aérea, só estava bem em casa e com os meus livros, tinha fases de introspecção macabras em que questionava o bom, o mau e o assim assim...
Sem mais demoras, hoje foi o dia. Hoje houve A CONVERSA.
Depois de silêncios perturbadores, depois de frases incabadas e depois de algumas lágrimas voltei a ter a grandiosa sensação de que podiamos voltar ao que eramos, com algum empanho as coisas podem endireitar-se e tudo pode ficar bem.
Ainda me pasmo com o quanto podemos depender de uma pessoa para estar-mos, capazmente no dia-a-dia, para nos sentir-mos parte do mundo e sorrir-mos com vontade.
No fim só tenho a dizer: Obrigado! Obrigado por não desistires de nós, nem de mim. Obrigado por perceberes o meu lado e conseguires aguentar os meus erros qual escudo de guerreiro. Obrigado!
3 comentários:
Pode haver muitas virgulas, mas só há um ponto final se tu deixares ;)
Quem gosta mesmo de nós, fica sempre do nosso lado, independentemente do que posso acontecer!
Mas também temos que fazer com que valha a pena....
Miss Cheque-Mate, palavras sábias :)
Xs, estou de acordo. O esforço tem que ser mutuo!
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