terça-feira, 24 de setembro de 2013

Um mundo debaixo da mesa

" Assim que ficaram em frente um do outro o príncipe e a atriz, olharam-se amorosamente:
- Para onde vai? - perguntou Mony.
- Para Viena, representar perante o imperador.
- E o decreto de Moscovo?
- Estou-me nas tintas para o decreto de Moscovo; vou enviar amanhã a Claretie o meu pedido de demissão... Põem-me de lado... Fazem-me representar ninharias...recusam-me o papel de Eorakâ na nova peça do nosso Mounet-Sully... Vou-me embora... Ninguém há-de abafar o meu talento.
- Recite-me qualquer coisa... versos- pediu Mony.
Enquanto mudavam os pratos, ela recitou-lhe L'Invitation au Voyage. No decorrer do admirável poema, onde Baudelaire pôs um pouco da sua tristeza amorosa, da sua nostalgia apaixonada, Mony sentiu que os pequenos pés da atriz subiam ao longo das suas pernas; debaixo do raglan, alcançaram a verga de Mony, que pendia tristemente para fora da braguilha, Ali os pés detiveram-se e, tomando delicadamente a verga entre eles, iniciaram um movimento vaivém assaz curioso.
Subitamente endurecido, o mangalho do jovem deixou-se masturbar pelos pés delicados de Estela Ronanjo.
Em breve ele começou a gozar e improvisou este soneto, que recitou à atriz, cujo trabalho  pedestre não parou até ao último verso:

ÉPITHALAME
Tes mains introduiront mon beau membre asinin
Dans le sacré bordel ouvert entre tes cuisses
Et je veux l'avouer, en dépit d'Avinain,
Que me fait ton amour pourvu que tu jouisses!

Ma bouche à tes seins blancs comme des petis suisses
Fera l'honnheur abject des suçons sans venin.
De ma mentule mâle en ton con féminin
Le sperme tombera comme l'or dans les sluices.
O ma tendre putain! tes fesses ont vaincu
De tous les fruits pulpeux le savoureux mystère,
L'humble rotondité sans sexe de la terre,

La lune, chaque mois, si vaine de son cul
Et de tes yeux jaillit même quand tu les voiles 
Cette Obscure clarté qui tombe des étoiles. "

Guillaume Apollinaire, As Onze Mil Vergas

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