segunda-feira, 22 de julho de 2013

Camisola do avesso.

Dança do Desprazer


Há vento e sol, há sorrisos, há olhares bonitos, há loucos. Quero correr e depois mergulhar numa poça pouco funda, quero arranhar uma parede de cimento. Sinto-me apertada, agora não há aconchego. Onde está a lógica? Não se encontra o senso comum, não há sentidos. Qual é a esquerda? Como se sobe? 
É só loucos.
Tenho uma meia de cada cor, só maquilhei um olho. O que interessa se visto calças de ganga? Estás despenteado. Tens graça, mas não engraças. Tenho fome, a que sabe o ar? Dói-me as bochechas de rir, vou contar as minhas sardas. 
É só loucos.
Porque estás a olhar para mim? Ontem esteve frio, mas dormi destapada. Roxo é bonito, não gosto de rosa.
Tens a voz grossa. Vou abraçar-te. Cheiras bem. Quero chocolate com avelãs. Vou ler uma banda desenhada que mistura terror com erotismo. Tenho que cortar o cabelo, só consigo andar de chinelos no verão.
É só loucos.
As riscas hipnotizam-me, as saias irritam-me, o cheiro a gasolina é inebriante. Estou sempre a recordar-te, é como vestir as camisolas do avesso, estou sempre a fazê-lo. Acho que gosto de ti, mas isto é só loucos. 

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