domingo, 4 de novembro de 2012

Estranhamente, a lua sorriu-lhe...

A cabeça pesava-lhe sobre os ombros, sentia a mente distorcida a vaguear em direcções sem qualquer sentido.
A formiga que lhe passou aos pés deu-lhe vontade de rir.
Confundiu árvores com ovelhas, franziu o sobrolho quando a imagem do sapo cocas lhe passou pelo pensamento.
Sentiu a língua enrolar-se enquanto trauteava uma música que lhe era familiar, mas que não conseguia recordar-se do nome.
Enquanto andava, parecia ter perdido o controlo das pernas, estas moviam-se sozinhas.
Pensou que podia andar horas seguidas, que não se iria sentir cansada.
Ao mesmo tempo tinha a sensação de estar a levitar, como se estivesse agradavelmente embriagada, mas sem o calor do álcool para lhe ruborizar as faces.
O stress tinha viajado para longe, neste altura não existiam problemas que lhe estragassem o distanciamento do mundo real.
Tudo estava bem, tudo flutuava, o tempo carecia de significado, não havia antes, nem depois. Só o agora.

Olhou de novo a lua.
Desta vez, ela piscou-lhe o olho e com os lábios, reproduziu, silenciosamente:
- Madness.



I...
I can't get this memories out of my mind
And some kind of madness
He started to evolve



5 comentários:

Carla disse...

Acho que não conhecia esta (ou então estou a baralhar as músicas todas na cabeça, como é costume...).

Tão natalícias que nós estamos!!! Ho ho ho para si também. lol


(ah, e o texto, muito bom. :)

Anónimo disse...

Gostei do texto, já da música... gosto de Muse, mas não gosto particularmente desta música. :/

Sufocada disse...

URS, já discutimos esta música!
Estás toda baralhada rapariga :P

Sleepy, eu gosto de Muse e consigo gostar desta. Mas entendo que não seja fácil de gostar :)

E obrigada!

Carla disse...

Pois, na desdigo, eu c'os nomes sou um ás. :S

Sufocada disse...

Ai de ti que algum dia me chames Manuela, ou Jacinta hum?! :P